Marilena Vellozo Soneghet Bergmann nasceu em Vila Velha, bem perto da Prainha ("prainha besta, como a chamávamos, por ser tão mansa que nem dava pra ver a marola"); aos 3 anos mudou-se com a família para Vitória, perto do Carmo (com 5 filhas meninas era uma mão na roda para seus pais). Apesar da mudança, o vínculo com Vila Velha era forte; a família possuía casa de verão na Praia da Costa, o que lhe proporcionou uma infância maravilhosa.
Sendo seu pai, Hilário Soneghet, poeta, membro da Academia Espírito-santense de Letras, sua irmã Yamara, poetisa e cronista, colaboradora da Revista Capichaba, foi desde cedo se envolvendo com a literatura e já aos 12 anos garatujava poesias.
Estudou no Carmo (Colégio N. S. Auxiliadora) do Jardim de Infância ao Magistério. Formou-me em Pedagogia e Didática pela Faculdade de Filosofia Ciências e Letras do ES (FAFI). Trabalhou como professora no Jardim de Infância Ernestina Pessoa e foi secretária de seu pai como cônsul honorário da Itália no ES.
Casou-se em 1962 com Ernst Alexander Rudolf Bergmann, de nacionalidade alemã. O casal morou no exterior alguns anos (Alemanha – duas vezes, Peru, Espanha) sempre a trabalho. Viajavam muito, acampando em inúmeros países. No Peru, apaixonados pelas culturas pré-incaicas, viveram aventuras maravilhosas, experiência que relatou em crônicas publicadas em A Gazeta (1966). O casal teve cinco filhos: Ina, Janine, Ian, Alexander e Frank (e hoje 6 netos).
Ao voltar ao Brasil, morou por 23 anos em Osasco, São Paulo. Em Osasco, dedicou-se por algum tempo às artes plásticas (pintura e entalhe), tendo participado de inúmeras exposições, ao teatro infantil, publicando no jornal A Região, de Osasco, uma série sobre educação ("Educando com amor"), e à literatura, publicando contos na revista Veredas. Conquistou alguns prêmios literários em Barueri, Cerquilho, São Paulo, Rio Grande do Sul, Brasília, entre outros, com contos infantis e poemas. Tornou-se membro da Academia de Letras, Artes e Ciências de Osasco – cadeira 21. Após a aposentadoria do marido, o casal escolheu para viver, por sua simplicidade, seu bucolismo e qualidade de vida, a Barra do Jucu.
Ao retornar às origens foi convidada a ingressar na Academia Feminina Espírito-santense de Letras, onde ocupa a cadeira número 13. Publicou, entre outros: Nas asas do vento (poesia, 1994), Trança (crônicas reminiscentes, 2001), Trilogia poética: 1. Castelã da Lua – 2. Claridade – 3. De silêncio e de ânforas (2004) e, em 2006, Era uma vez um lugar... Juçará (corruptela de juçaral – mata de palmeira juçaras, remanescentes da mata Atlântica, hoje em processo de extinção), cartilha ecológica infantil.
Entre as premiações literárias que recebeu, consta o Prêmio “Pernambuco de Oliveira” de Dramaturgia Infantil, em que se classificou em primeiro lugar com a peça O espantalho do Mané, encenada pela Cia. de Artes Maura Moschen.
Tem participação em várias antologias: Poesia espírito-santense no séc. XX ( Ed. Imago, org. Assis Brasil, 98), Antologia de escritoras capixabas (org. Francisco. Aurélio Ribeiro, 98), A parte que nos toca (org. Reinaldo Santos Neves e Miguel Marvilla, 2000) e em diversos volumes da série Escritos de Vitória e dos compêndios anuais da Academia Feminina, entre outros.
Foi convidada a escrever letras para a compositora Glória Gadelha (esposa e parceira musical de Sivuca), assinando 6 faixas do disco Ouro e mel (Glória Gadelha, arranjos de Sivuca, 2000), no disco Tinto e tropical (Glória Gadelha e Sivuca, 2006), 3 faixas, e no recentemente lançado Terra Esperança (Sivuca, 2005), em participação com Glória Gadelha.
Na Barra do Jucu, ambiente propício ao fazer cultural, participa do grupo amador de teatro da Barra - direção e autoria de Paulo DePaula -, atuando nas peças “Anchieta Depoimento” e “Auto de Natal”. Em fase de ensaio, um esquete musical sobre Vinícius de Moraes (texto de sua autoria).
Palestra de Marilena Soneghet sobre o livro Trança (vídeo)
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